02 de dezembro de 2007: Quando tudo começou

02 de dezembro de 2007.

Impossível esquecer essa data.

Choramos, sofremos, sentimos o calor do inferno sobre as nossas cabeças, o chão despareceu sob os nossos pés.

Mas como bons corinthianos, acordamos na segunda-feira exaltando nosso Corinthianismo e ali iniciamos uma nova era. Sacudimos a poeira, despachamos a zica e começamos dar a volta por cima.

Política e administrativamente o clube começava a respirar novos e renovados ares. Quebrado financeiramente, sem credibilidade, a nova diretoria começava um trabalho praticamente do zero.

Logo após o rebaixamento, o presidente Andres Sanches deixava em alto e bom som um recado aos detratores: Riam agora, porque depois…

O depois foi sendo construído.

Assim como nos demais departamentos do clube, o departamento de futebol passava a ser administrado sob nova filosofia.

A única imposição, obrigação, questão de honra, era retornar à elite do futebol brasileiro.

Seria inadmissível terminar 2008 sem subir para a primeira divisão.

E quase veio mais do que isso, quando conquistamos o vice-campeonato da Copa do Brasil daquele ano.

Em outros tempos, cairia o técnico, cairia a Comissão Técnica. Mano foi mantido e só saiu quando foi chamado para servir a seleção brasileira, mesmo antes tendo sido desclassificado numa Libertadores e ter jogado a toalha no Brasileirão do ano interior.

Veio Adilson Batista, não vieram os resultados, mas só saiu porque era ruim de grupo, futriqueiro, queimava jogadores para a imprensa, logo quando chegou – tendo razão ou não – disse em reunião com a diretoria que ao contratar Defederico o Corinthians teria comprado gato por lebre. Que belo cartão de visitas!

No jogo que culminou com a sua demissão, discutiu com o capitão do time. Não havia mais clima para continuar, como não haverá clima para técnico nenhum no mundo se o seu relacionamento com o grupo de jogadores estiver deteriorado.

Veio Tite, resultados não chegaram de imediato. Questione-se ou não sua fórmula de sucesso, o que não se questiona é a sua forma de gerir o grupo.

Perdemos o Brasileirão 2010, perdemos o Paulistão 2011, fomos desclassificados pelo Tolima, mas a Comissão Técnica foi mantida, em outros tempos, todos teriam sido demitidos.

O oitavo parágrafo explica tudo. A nova filosofia onde em vez de se exigir conquista de campeonatos sob pena do risco da demissão e dissolução do trabalho, o clube passava a proporcionar melhores condições de trabalho aos profissionais, tornando-os mais preparados e competitivos.

Poucos erros, vários acertos, algumas apostas que não deram certo, como Adriano.

Mas nada abalou o grupo de trabalho, que foi se tornando mais coeso, mais unido e focado nos resultados, sem se preocupar em fazer ou jogar bonito.

Conquistamos o Brasileirão 2011 e na sequência, a Copa São Paulo de Juniores deste ano.

Mudança no comando do clube, mudança no estilo administrativo, mas não da filosofia de trabalho, que continuou a mesma.

Perdemos o Paulistão deste ano, a questão do goleiro Julio Cesar tratada de forma profissional, respeitando acima de tudo um atleta corinthiano e apaixonado pelo clube, vitórias foram se acumulando durante a competição “cucaracha”, até a consagração final, em 04 de julho de 2012.

02 de dezembro de 2007, 04 de julho de 2012.

Datas que jamais sairão da nossa mente, como 1 de setembro de 1910 e 13 de outubro de 1977.

Reescrevemos a lenda da Fênix. Um gavião ressurgiu das cinzas.

E conquistou a América.

E em breve, o Mundo pela segunda vez.