E agora ? Quem salva Jorge ?

O “Caso Jorge Henrique” abre tema para alguns debates.

Antes, cabe um breve resumo do que se trata, já que o amigo tem conhecimento do que está acontecendo. Ontem, ao final da tarde, imprensa e torcedores corinthianos foram surpreendidos com o afastamento do atleta Jorge Henrique, inclusive em nota curta e grossa publicada no site do Corinthians: O Sport Club Corinthians Paulista informa que, a partir desta quinta-feira (09), o atacante Jorge Henrique passará a treinar separado do elenco por conta de um ato de indisciplina.

Furor nas redes sociais, não se fala em outra coisa desde então.

O convite ao debate que faço aos amigos são estes.

Primeiramente, sob o ponto de vista jornalístico. Já se tinha conhecimento desde segunda-feira que algo de errado estava acontecendo no Ecológico, em relação a Jorge Henrique. Havia a informação de que o atleta havia “pisado na bola” e que algo poderia acontecer. Informação checada, não confirmada pelo clube, três dias depois o caso explode.

O clube apurou o caso, ouviu as partes, reuniu os envolvidos, não se toma prematuramente uma decisão como esta, ainda mais às portas de momentos decisivos, os prós e os contras foram ponderados e por se tratar por grave quebra de confiança, o clube entendeu que teria que tomar a decisão.

Portanto, nada poderia ser confirmado, nem através do famoso “off the record” dada a gravidade do caso.

Neste caso, obtém-se o furo jornalístico, aposta-se nas informações das fontes, mesmo sem a confirmação oficial da parte interessada? Reza a ética que esta nem sempre é a melhor prática.

Por outro lado, jornalistas esportivos têm conhecimento da vida desregrada de alguns boleiros. Tomam conhecimento das suas aventuras noite afora, porém, não se metem no assunto, ignoram estes acontecimentos, até porque, se dessem nota toda vez que um boleiro é flagrado na noite, só falariam disto.

Ainda porque, alguns jornalistas possuem “telhado de vidro”.

São comuns os episódios envolvendo boleiros corinthianos vistos nas baladas, às vezes até acompanhados de boleiros de outros clubes.

Para alguns, locais como Maeva e Viseu são tão frequentados quanto os Centros de Treinamento.

A propósito, minha mãe fica indignada pelo fato de um dos nossos boleiros as vezes sair “carregado” do Viseu. Vizinha da casa, já o encontrou saindo do local de madrugada, enquanto ela chegava para comprar pão na padaria em frente.

Ai entra outra questão.

Será mesmo que o que os boleiros fazem na noite pouco importa, o que vale mesmo é o que fazem dentro de campo?

Eu discordo de quem defende esta tese. Citarei alguns exemplos.

Tivemos um atleta, um goleiro, sendo mais exato, que durante certo período andou em declínio, sofrendo gols bobos e nos treinos, arrastando-se em campo.

Assíduo frequentador de uma casa noturna na Vila Olímpia, saia com uma amiga minha. Saiam da balada as 3, 4 da madrugada, esticavam para outro local e lá permaneciam até as 7 da manhã. E generoso que era, deixava a moça direto no trabalho. Voltava pra casa, dormia 1 hora e ia treinar.

Treinar em que condições?

Há poucos anos tivemos casos de atletas se arrastando em campo, treinando mal e sendo afastados por deficiência técnica. Também eram encontrados em pagodes, baladas sertanejas e até em casas de tolerância. Se abusa no treino noturno, não há corpo que suporte o treino diário.

No caso Jorge Henrique, o Diário “Lance!” tornou público o suposto ocorrido. Jorge Henrique foi para a balada na sexta-feira que antecedeu a semifinal contra o São Paulo, chegou sem as condições ideais para treinamento no sábado, e então mentiu: alegou que havia passado a madrugada com o filho Thiago Henrique, que estaria internado com dengue num hospital paulistano.

O clube checou a informação e descobriu a mentira. Mentir é quebra de confiança e quebra de confiança, o Professor não tolera.

Jorge Henrique está afastado até segunda ordem. Já se desculpou publicamente, deve ter feito o mesmo intramuros do Ecológico ao professor, a diretoria e aos atletas, mas agora só Deus sabe o seu destino.

Quem Salva Jorge?

Acho que ninguém.

Questão de ordem: se o clube tivesse confirmado, mesmo que em “off the record” o que estava acontecendo ao Lance! pedindo que segurassem a informação, será que o jornal teria exposto publicamente o ocorrido?