Igualando-se a Adilson Batista

Um ponto conquistado em quatro partidas.

Um desempenho ainda pior que culminou com a queda de Adilson Batista, em 2010, sucedido exatamente por Tite (corrigido: nas últimas 4 partidas antes da queda, Adilson acumulou 2 pontos no comando técnico. Atualmente, o Corinthians conquistou apenas um ponto nas últimas 4 partidas)

No entanto, as coincidências param por ai.

Adilson Batista não era bem aceito por alguns jogadores, principalmente os líderes do elenco. Seus métodos de “vestiário” (termo da moda para designar “bastidores) não eram bem aceitos pelos boleiros.

Expor criticas a atletas publicamente, era um destes métodos. Ao chegar no Corinthians, declarou que o clube tinha “comprado gato por lebre em relação a Defederico”. Por mais que tivesse razão, não pegou bem.

Acabar com as rodadas de pôquer na concentração mexeu com a liderança do grupo.

No jogo que culminou com a sua demissão, discutiu asperamente com o capitão do time, William. Retornou para o segundo tempo daquele jogo praticamente demitido.

Com Tite as coisas funcionam bem diferente. É bem aceito pelo grupo e não registra histórico de problemas com boleiros. Pelo contrário, é tido como proteger excessivamente jogadores os quais entende que lhes deva gratidão.

E não existe a menor hipótese de ser demitido.

Ontem, em discurso inflamado no Conselho Deliberativo, o presidente Mario Gobbi garantiu que não existe crise no Ecológico.

Que os atletas, comissão técnica e diretoria trabalham duro diariamente para reverter a situação. Que a queda do desempenho do time é normal, que nem o “Barcelona” se manteve tanto tempo na ponta, em alto rendimento.

Disse também que não houve erro no planejamento, que as contusões que acabaram afastando alguns atletas – estas sim não planejadas – atrapalham a evolução do time, mas que em breve acredita que o time volte a apresentar um bom futebol.

Deixou claro que acha demasiada e injustas as críticas ao time e a diretoria, que um presidente, que era tido como “pé-quente”, não poderia, em tão pouco tempo, ser tachado de “ausente”, já que acompanha de perto, diariamente, todo o trabalho do departamento de futebol.

No entanto, as críticas ao desempenho do time e da comissão técnica, que antes eram restritas aos famosos “corneteiros”, a cada rodada vão se proliferando em diferentes mídias e canais.

Questiona-se o fato do treinador não conseguir dar um padrão ao time, mesmo quando estava completo sem as ausências por contusões, por adotar uma postura excessivamente defensiva, por ser reticente no aproveitamento de jovens oriundos da base e as contratações de Ibson e Maldonado, também muito questionadas.

Além, é claro, das manifestações dos torcedores após a derrota para o Goiás, no último domingo, em pleno Pacaembu.

Conviver com as críticas, sejam elas demasiadas ou injustas, faz parte do processo de quem convive no meio futebol e as coisas não vão bem.

Criticar, emocionar-se, sofrer, vibrar, faz parte deste processo. Convivamos com esta realidade.

Concorda-se que no caso em especifico, trata-se de um clube vitorioso, campeão 3 vezes desde dezembro de 2012 e desclassificado da forma como foi, da Libertadores.

Mas analisa-se o que se vê em jogo e se o time não rende, não joga bem, é natural que seja criticado.

O esporte em geral se torna competitivo a cada dia. Exigem-se resultados, superação de metas, treina-se, especializa-se para estar sempre a frente, vitorioso. A cobrança por mais e mais resultados é o ônus de quem se torna grande.

Temos que conviver com esta realidade.

O corinthiano em geral, seja ele o do sofá ou da arquibancada, do jornal pendurado na banca ou da internet, do corneta ou do coxinha, todos querem ver o time jogando com raça e vencer.

O que difere é que cada um reage de uma forma quando as coisas não vão bem.

Convive-se com isto.

Futebol é paixão, as vezes cruel e desenfreada.

Convive-se com isto!