Fica Tite

Fica Tite!

Nem que seja para incluir no seu currículo o bicampeonato da B.

Nem que seja para comandar a segunda fase do vitorioso, do “case” de marketing, o projeto “Eu Nunca Vou te Abandonar”.

Até porque, Tite não sairá. Salvo desejo próprio, ao menos que não suporte uma cobrança monstruosa da torcida e as críticas da imprensa, da forma como costuma acontecer quando ele é demitido dos clubes por onde passa.

Ontem, mais uma derrota. Desta vez, para a Ponte Preta, a penúltima colocada no Brasileirão.

Em dez jogos, dos 30 pontos disputados, o Corinthians conquistou apenas 12 pontos. Foram 3 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.

Média de 0,4, muito aquém dos planejados 2 pontos de média a cada partida.

A cada jogo, fica evidente a desorganização tática e a apatia do time. Um dia a sorte nos abandonaria, um dia as tão reclamadas, há tempo, muito tempo, falta de finalização, falta de jogadas ensaiadas, colocariam tudo a perder.

Observem os times da ponta da tabela. Jogadas ofensivas bem ensaiadas e coordenadas, quase sempre resultando em gol.

O Corinthians, nem nas conquistas, nunca teve uma jogada ensaiada. Exceto a manjada e nem mais utilizada, bola lançada na cabeça de Danilo, dentro da área, facilmente aniquilada pelos adversários.

Para um treinador pragmático, pouco criativo, teimoso e compromissado com seu “grupo de confiança”, os desfalques caíram como uma pedra na cabeça. Confundiu demais a sua mente. Não conseguiu encontrar o tão discursado “equilíbrio da equipe” porque a situação exigia mudança, mudança de planejamento tático e principalmente de jogadores.

Mas o treinador está preso a tal meritocracia. Mesmo diante da inconstância e da instabilidade de alguns jogadores, ele foi insistindo. Os jogadores não rendiam e ele foi insistindo.

O Corinthians há meses é um time apagado. Perdeu o poder de marcação, os jogadores perderam a inspiração e alguns, até a transpiração.

Pagamos caro pela insistência em manter jogadores como Emerson, Alessandro, Fabio Santos, Romarinho e Danilo no time. E são exatamente estes que hoje nada rendem.

Não rendem, mas fazem parte do grupo de confiança do treinador.

Esgotou-se o repertório de desculpas vazias. Não há mais como condenar o calendário, o cansaço, as viagens, a arbitragem, as contusões, nada disso. Porque o torcedor exige reação do time.

O presidente Mario Gobbi garantiu que não existe crise. Que tudo vai bem no Ecológico.

Que o momento é normal, que faz parte do futebol, que o time vai voltar a jogar um bom futebol.

Acha injustas as críticas e também ser tachado de ausente. Mesmo assim, decidiu que vai passar a despachar por um mês no Ecológico.

Mas se tudo está bem, em paz, sem crise, o que está acontecendo? Porque os jogadores não rendem, produzem tão pouco? Se não há problemas de relacionamento entre os atletas e comissão técnica, qual a razão de tão baixo desempenho, em que pesem os desfalques?

A situação é complicada. Enquanto a gente fica filosofando, tentando encontrar razões para o óbvio e incontestável, os times de baixo estão subindo a ladeira e podem nos atropelar.

A cada rodada, aumenta a distância do G4 e diminui a distância para o grupo da degola.

Fica Tite.

Fique e cumpra o planejado pela diretoria, que é a vaga para a Libertadores 2014.

Porque se isso acontecer, iremos todos, a pé, a Aparecida do Norte.

Vamos aos debates.

E Vai Corinthians!