O pênalti de Pato: reflexo do trabalho da diretoria

Como corinthiano, eu acreditava.

E você também, de repente. Afinal de contas, sempre fica aquela esperança de que os deuses corinthianos, que as entidades, as forças cósmicas, a mística, tudo isso pese, entre em campo num momento decisivo.

Mas este grupo de jogadores conseguiu cortar o elo umbilical do Corinthians com tudo que existe de mais sagrado nesta atmosfera alvinegra.

Um time covarde, comandando e mal treinado por um treinador covarde e dirigido por uma diretoria omissa, soberba e letárgica.

O resultado não poderia ter sido outro. O pênalti bisonhamente cobrado por Alexandre Pato complementou e encerrou com “chave de ouro”, o pífio trabalho da diretoria de futebol neste ano.

Displicentes. Acomodados, vivendo das glórias do passado recente, apoiados na conquista de 2 torneios neste ano, que juntos, não valem quase nada.

Se você observar, o jogo de hoje, até o dramático e derradeiro final, foi reflexo do trabalho executado.

Renato Augusto, que amarelou e reclamou de um certo “desconforto” para não entrar em campo, deixando o time e o treinador na mão.

Emerson Sheik, o de sempre, expulso por ter se comportado como juvenil – mas com salário de Sheik das Arábias e contrato até 2015.

Nas cobranças de pênalti, Danilo, frio, que mal tinha pegado na bola, tendo que ir pra disputa e Edenilson, que mal sabe cobrar lateral, também acionado.

E ao final, Pato. Frio durante o jogo, desinteressado, sem gana, sem garra, sem vontade, que parecia estar caminhando em plena Oscar Freire, num sábado a tarde, procurando um jeans da Diesel.

O final não poderia ter sido outro.

Presidente Mario Gobbi, a bola agora está em suas mãos.

Gobbi, que na penúltima reunião do conselho deliberativo berrou, falou grosso, disse que até o Barcelona oscilava negativamente, que nada estava acontecendo, que era apenas uma fase, que em duas ou três partidas o time voltaria a jogar.

Mas que na última reunião, voz e aparência quase depressiva, dizendo “Que não tinha nada a fazer, que tudo já havia sido feito para que o time voltasse a jogar bem…”

Atitude, presidente.

Atitude!

Mudança já! A zona de conforto, já virou desconforto. 

Vassoura no Ecológico. Que tem que ter um chefe, um dono. Cachorro que tem dois donos, morre de fome.

Diretor de futebol tem que ser um só. Não funcionam 2. Funcionou bem quando tudo ia bem, mas na crise, demonstraram não saber o que fazer, como agir.

Edu Gaspar, responsável pela quinta-feira insana, semana passada. Com uma declaração infeliz, assim que despontou na área de desembarque de Cumbica, diante dos microfones, bastava uma declaração firme para não deixar que o vagão descarrilhasse.

Mas não, o que fez foi se comportar como juvenil e apagar o incêndio com querosene.

Elenco. Rescisões contratuais já. Chega de sustentar veterano em fim de carreira.

Sete zagueiros treinando no CT. Pra que? Quem vê isso, quem permite isso, quem controla isso?

Roupeiros (calma Silvinho, até roupeiros ?), pelo amor de Deus, chega de calção branco.

Treinador?

Esse nem falo mais nada. Morreu e esqueceram de enterrar, transportaram o cadáver para uma lápide no Memorial e o espírito vaga no Ecológico, não conseguindo se desprender do mundo material.

Presidente Mario, seu pé-quente amornou e agora gelou.

Tome atitudes, presidente.

Pra ontem. O senhor que tanto gosta de citar trechos de MPB, sabe que “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

E o senhor esperou demais. E se esperar mais ainda, não haverá oração que nos livrará da degola.

Alexandre Pato, a quem eu sempre defendi a titularidade. Até pra justificar os 40 milhões investidos, até por ter sim talento, até por ter faro de gol, afinal, apesar dos pesares, ainda é artilheiro, até por ter sido prejudicado pela covardia do esquema defensivo, por ter sido queimado pelas ovelhas do treinador, faça um favor a si mesmo, nem volte pra São Paulo.

Emerso Sheik, beija-rapazes, com um baita contratão até 2015, por favor, deixem-nos em paz, poupe-nos da sua falta de comprometimento.

Sim, foi um desabafo. Até que ponderado.

Existem tantos outros problemas no clube, mas é preciso ter discernimento e equilíbrio.

Vamos debater o que agora?

Fala (escreva) que eu te escuto (leio)…