[Opinião] O mano do Mano

Mario Gobbi, nosso presidente.

Se existe alguém que preserva este título (o de Mano do Mano), é o mandatário corinthiano.

A escolha do novo treinador foi de cunho pessoal.

Contrariando outras opiniões e indicações. Abel Braga, já desempregado, teria sido consultado ainda com o Brasileirão em andamento e teria aceitado o desafio.

Por mais que o discurso do “consenso entre todas as partes envolvidas” esteja ensaiado na ponta da língua entre todos que comandam o futebol corinthiano, a escolha do novo treinador foi daquelas que podemos dizer “bateu no peito e decidiu”.

Também não é novidade que poucas pessoas, pelo menos as que exercem algum tipo de influência no clube, gostaram da escolha de Mano Menezes como treinador.

Mas em pelo menos uma coisa houve concordância entre todos os envolvidos administrativamente com o futebol corinthiano: a decisão de não renovar com Tite.

Uma frase dita pelo presidente Gobbi, na última reunião, a nós não passou em branco. Nosso presidente disse que quando a emoção sobrepõe a razão, é hora de mudar.

Derrota contra a Portuguesa, goleada acachapante.

Ali começou, de fato, a queda do treinador Tite. Não apenas pelo resultado.

Mas, muito mais pela sua reação. Tite vazou, escorreu, derreteu, entrou em parafuso.

Quis sair, foi impedido pelos jogadores (?) de tomar tal decisão, isolou-se, passou três dias em silêncio.

Disse que era humano, que precisava deste tempo pra pensar e assimilar o que tinha acontecido.

Pegou mal. Mal demais.

Depois daquela derrota, o mais aberrativo, Emerson Sheik apareceu na frente para dar entrevista.

Edu Gaspar era o único representante da diretoria, em Campo Grande, naquele dia.

Jamais deveria ter deixado que um jogador tomasse a frente naquele momento, pois o momento era da direção.

Depois, ao chegar em São Paulo, Edu fomentou ainda mais as especulações, quando perguntado se Tite seria demitido. Respondeu que tudo poderia acontecer. Faltou jogo de cintura, faltou “resenha”, faltou malandragem.

Mas a reação do treinador surpreendeu a todos. Ele mesmo que vive dizendo que “tem que sentir a carne queimar”. Foi sentir a carne queimar, mas isolado.

Águas passadas.

O nome agora é Mano Menezes. Que chega sem ter a preferência e sob desconfiança.

Tem apoio, é claro, mas está sob os olhares da desconfiança. Será que vai conseguir dar um novo padrão de jogo ao time, será que vai fazer este time voltar a fazer gols, será que vai conseguir tornar este clube vitorioso dentro de campo novamente ?

Pelo menos um torço muito por isto, muito mais que qualquer um.

O mano do Mano.