Mais um empate.
O 15º na competição.
E três meses sem vencer uma partida fora de casa.
O atual campeão do Mundo não consegue vencer um jogo sequer fora de casa há 3 meses!
Sobre o jogo, o que dizer? Falta vontade? Não falta.
Falta raça, falta garra? Também não.
Então, o que falta?
Nosso time parece aqueles formados em colônias de férias. Os domingueiros, casados e solteiros se reunindo ao lado do campo, uns se apresentando aos outros, alguém começa a distribuir as camisas perguntando quem joga onde, se tiver mais de um pra mesma posição, improvisa-se em outra, vão para o campo e bola em cima dos que se apresentam mais habilidosos e seja tudo o que Deus quiser.
Assim tem sido o Corinthians ultimamente.
É bola no pé do Romarinho e do Sheike e seja tudo o que Deus quiser. Se derem sorte de encaixar uma bola ou uma finalização, tem que glorificar de pé!
Um time com vontade, que corre, mas sem coordenação, sem planejamento tático, sem nenhuma estratégia.
O sistema defensivo, por exemplo. Tão elogiado e exaltado. Neste jogo, em várias oportunidades o zagueiro Gil no homem-a-homem com o atacante adversário, sem a devida cobertura. No segundo tempo, por exemplo, cansado de ficar exposto, resolveu matar o lance quase na faixa intermediária, chegando exatamente junto com Alessandro.
Deve ter imaginado: “É melhor eu tentar sair pra matar o lance lá na frente porque eu me garanto, se deixar pro Alessandro, ele não está conseguindo segurar os caras, o atacante fica mais próximo do gol, eu saio pra marcar, fico sem cobertura e ai vai dar m…
Mas foi quase isso que aconteceu no lance que deu origem ao gol do Vitoria. O time ficou assistindo a troca de passes do Vitória, Gil saiu para o combate, ficou desguarnecido, bola cruzada na área, passando sobre a cabeça de Paulo André, gol do Vitória.
Nosso treinador, PHD em sistema defensivo, precisa recompactar a defesa.
Sobre as substituições.
O time gasta uma fortuna levando quase o elenco inteiro para o campo de jogo.
Para que, se o treinador vai sempre usar os mesmos jogadores: Douglas, Diego Macedo e Pato.
Douglas, as pernas já não acompanham o raciocínio.
Pato até que deu azar no lance da bola completada de cabeça ao gol, mas em outro lance, mesmo invalidado, em vez de meter o peito do pé na bola, tentou finalizar o voleio com estilo, usando os três dedos…
Faça o básico, meu filho. Não aprendeu a lição?
Reitero, o time tem vontade, cria, hoje bateu o recorde de finalizações no ano, mas falta muito.
Falta pontaria, falta coordenação, falta estratégia pra se chegar ao gol.
Daqui pra frente, nas próximas rodadas, a coisa não vai ser muito diferente disso.
Pode ser que num lance de sorte, de rara inspiração, alguém faça uma grande jogada, a bola entre e o time não sofra gols.
Pode ser…
Fora isso, o que a gente vai ver daqui pra frente, até o final da temporada, é isso ai.
A boa notícia é que com mais 5 ou 6 empates, a gente se garante na elite do futebol brasileiro.
A má notícia é que os próximos 5 jogos serão contra equipes que também lutam ou pra não cair, ou pra se afastarem do risco de serem rebaixados.
Serão verdadeiras pedreiras. Times que virão pra cima, sedentos e desesperados pela vitória.
Destes próximos 5 jogos, 3 serão em casa. Em tese, seria uma vantagem.
Não há mais quem e o que cobrar. É isso que está ai e é o que teremos até o final do ano.
Não tem magia, não tem química, não tem sarava, não há mais nada que possa ser feito.
O futebol corinthiano atingiu um status imutável. Com a bola rolando, nada pode melhorar, nem piorar.
A não ser o resultado, que pode ser bom, se tivermos sorte.
Não há mais o que cobrar do treinador. Ele vai continuar palestrando, utilizando de palavras bonitas pra tentar justificar o injustificável, tendo uma semana pra treinar o time, mas no dia do jogo, tudo saindo como se não tivessem treinado absolutamente nada.
E a nossa diretoria vai continuar dizendo que em mais 2 ou 3 jogos o time vai voltar a jogar e vencer.
Abrimos aos debates.
Sei que falta vontade pra debater, mas haverá sempre energia para o desabafo.
Eu continuo acreditando que não corremos risco de rebaixamento.
Mas por outro lado, entendo que o próximo jogo será chave.
Uma vitória e começaremos a exorcizar o risco do rebaixamento.
Um empate ou derrota, é hora de começar a orar de joelhos.
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