Estádio:Mais prazo para decisão final

A anunciada reunião “que votaria a escolha do projeto” – coisa que jamais aconteceria, como de fato, não aconteceu – atraiu a presença de muitos conselheiros, associados, jornalistas e curiosos.

E o que se viu, era o que exatamente estava faltando: a presença do presidente da diretoria na reunião e literalmente, batendo na mesa, arrefecendo o ânimo dos simpatizantes, fervorosos e adeptos do projeto de Guarulhos.

O tão comentado e aguardado projeto de construção de um estádio em Itaquera – popularmente conhecido como o “Projeto da Diretoria” – não aconteceu. Assim como também não ocorreu a presença do diretor de marketing, Rosenberg, considerado o pai do projeto.

E o projeto de Itaquera não foi apresentado por uma razão especial: Rosenberg ainda não obteve exatamente aquilo que a diretoria vem cobrando dos responsáveis pelo projeto de Guarulhos: documentos que garantam financeiramente a obra.

A postura do presidente do clube, que ocupou a mesa diretoria da reunião, foi pontual e incisiva.

Por mais que tentasse evitar o debate, ele acabou ocorrendo.

Com frases fortes, definiu e deixou clara a sua posição e a da diretoria: nenhum projeto será descartado, todos serão analisados, no entanto, de nada adiantarão se nenhum deles apresentarem documentos e garantias para a viabilidade do projeto.

Entre as frases mais fortes ditas pelo presidente ontem, destacamos:

“Nenhum estádio será construído em São Paulo, que não seja para o Corinthians”

“Ninguém constrói estado a custo zero para ninguém”

A primeira frase foi dita com a certeza de quem está participando ativamente dos bastidores da Copa de 14 e que ouviu de representantes da FIFA, que não existe a menor possibilidade de São Paulo ficar de fora da abertura da Copa de 14.

A segunda frase foi para rebater o “lema” dos simpatizantes e defensores do projeto de Guarulhos, “que teremos um estádio a custo zero”.

E pediu um voto de confiança aos presentes, mais prazo para analisar todos os projetos e prazo também, para todos apresentarem as garantias e dirimirem todas as dúvidas que ainda restam, principalmente em relação ao projeto de Guarulhos.

Conselheiros pediram a palavra, entre eles Rubens Aprobato – a quem ao final da reunião, educadamente ao me cumprimentar, lembrei-o da enorme “força” que ele nos deu em 2007, ao impedir que Finazzi não jogasse aquela maldita partida.

Andre Luiz de Oliveira, diretor administrativo, também deixou um forte recado: “O Corinthians terá o seu estádio”.

Muitos conselheiros abandonaram a reunião antes do seu término, insatisfeitos e aborrecidos com o rumo tomado pela reunião. Ao constatarem que nada seria votado – e nem deveria – abandonaram o local praguejando.

Edgar Soares foi um dos últimos a tomar a palavra, quando ocorreu uma áspera troca de palavras entre ele e o presidente.

Soares não escondeu a sua insatisfação, deixou bem claro isso. A sua defesa pelo projeto de Guarulhos parece beirar a obsessão. Quer a todo custo provar que este projeto é e será o melhor projeto de construção de um estádio para o clube.

Insiste e garante que o Bradesco financiará a obra e terá a preferência pelos naming rights – tese contestada, já que o que se sabe é que a presença do Banco neste projeto é abrir linhas de crédito para quem desejar comprar cadeiras cativas a médio e longo prazo.

E mais, seu grupo ainda não apresentou as estimativas dos custos de manutenção, ponto importante para qualquer análise do projeto.

Em suma, as maravilhas estão todas ai, expostas, apresentadas e exibidas em vídeos e materiais gráficos bem elaborados.

Falta mostrar as “letrinhas miúdas”, quanto custará mensalmente essa maravilha mensalmente.

A discussão e a exigência por um prazo se estendeu pelo restante até o final da reunião.

A diretoria evitou fixar um prazo, alegando que ele pode ser de 1 semana a 4, 5 meses.

O fato, na verdade, é que a necessária e pontual ducha de água fria sobre os mais excitados veio e em boa hora.

Uma das maiores e mais importantes decisões da vida do clube – depois do estatuto – não pode ser tomada assim, á galega, a fórceps, no vai-da-valsa, no vai-que-é bom-eu “agarantchio”.

Todos os projetos necessitam ser analisados ao estresse. Até que a decisão final seja tomada:

Teremos a nossa casa.