Uma amostra do que veremos em 2014

O que se viu hoje no Panetone do Jardim Leonor foi uma avant premiére do que acontecerá em 2014.

Estádios repletos de burgueses bem vestidos, corados e perfumados, bem diferente do que estamos acostumados a ver nos estádios, o povão que comparece pra torcer pelo seu clube, empurrar seu time através do seu grito e da sua fé, que não para um minuto sequer de torcer.

Ao se ouvir as vaias, as câmeras flagraram torcedores distribuindo gostosas gargalhadas após apupar o selecionado verde e amarelo.

Ou seja, a vaia pela vaia, pelo simples prazer de vaiar, sem razão, sem sentido, movidos talvez, quem sabe, pela paixão clubística, já que bem provavelmente a maioria que estava lá torce pelo clube do bairro onde se localiza o estádio pago com dinheiro público, em detrimento ao treinador do selecionado e seu diretor, com históricos ligados ao clube do outro lado da cidade.

Mas se nada for feito, será um público muito parecido com este que sentará nas cadeiras dos estádios da Copa de 14, pagando de centenas a milhares de reais pelo espaço.

O deputado Romário, que escolheu Mano Menezes como bode expiatório pelo momento vivido pelo time nacional deveria fazer algo para garantir que o povo que lhe elegeu ocupe a maioria dos lugares destes estádios em 2014.

Uma lei que estabeleça que 60% , pelo menos, dos espaços nos estádios sejam destinados a preços populares, garantindo a festa popular.

Eu, talvez você e mais alguns não gostem, não acompanhem a seleção, mas somos a minoria.

A maioria quer sim ter o direito de assistir a seleção brasileira, mas fica da festa.

Causa-me até certa tristeza imaginar que a nossa Meca, que está 50% concluída na Itaquera Querida, seja no futuro próximo seja ocupada por endinheirados que seguirão à Zona Leste em seus carros blindados munidos de borrifadores de álcool para não se contaminar com o ar da periferia.

Deputados, autoridades ligadas ao evento de 14, principalmente o deputado Romário, façam alguma coisa.